sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Dois Barcos



"Doce o mar, perdeu no meu cantar"...
De verde e vermelho, tal como as cores da esquadra portuguesa,
Desacorrentar, os remos tamar,
"apontar pra fé e remar".

E se o mar for revolto, somando 14 e 29 1,
poupar os esforços
saltar de um barco a outro,
Ou no cais seguro atracar e aí ficar.

Gastando o tempo necessário e o q vier de cortesia
E tão pouco se descuide, a embarcação 43 despontará um dia
Esbanjando beleza na imensidão de Três Marias
ou na estreitos canais de Veneza.

...

1

Barquinho verde n. 29; barquinho vermelho n. 14

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Cuidado remoto


Durante muito tempo olhava aquela semente
deixada carinhosamente num cantinho.
A mirava com afeto e cuidado. Queria ve-la crescer.
Mas às vezes a terra não é bom travesseiro
e é preciso esperar que rodopie mais o mundo
Pra chegar o momento de florescer.
Ou então lutar por cada segundo
Expressão máxima da vontade de ser.

O vestido de renda apurada, embora meio desbotado,
cobria boa parte do corpo dela
mas as mãos e braços rijos seguravam o regador
na lida diária, no encontro com a novidade.
A novidade do broto carece das mutações da terra
e o silêncio encerra dentro da boca o que escorre pela face.
E mesmo que a moça do vestido ande por mais longe
a sua flor ansiada a espera, num lugar onde só ela soube compor.

É seu segredo, sua íntima cumplicidade
Ninguem sabe onde está ou se frutos dará.
Talvez o fruto que dê não seja de comer
mas de se maravilhar com o heroismo de seu amadurecer.
E, mesmo de longe, sem o tocar, há de se saciar os corações famintos.
Pois que não é com água que o rega
É de sangue, de perfume inebriante,
instintos que se deflagram ao brotar, crescer
E ser como sonhara antes e romper lentamente alcançando um longo florescer.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Reflexo


REFLEXO (BH, 12/11/09)

Quando ela acordou já era dia
Seu olhar que esquivava as luzes
seu olfato que resistia aos aromas
Pouco escondiam...
Os sorrisos leves, breves, no canto da boca,
Flagrando um pensamento que
sem querer
se demora mais que um cafezinho
suspirando entre goles as novidades.
A noite, enfim, chegaria de novo
O eterno retorno das possibilidades.

Enquanto cuidava da casa,
ardia a brasa que interrogava
O que mais vale?
Novas possibilidades
ou possibilidades do novo?

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Tic Tac Vidi Vate


Temo e quero.
Tremo e espero.
Pronto ou não, nasci. Templo ao tempo.
Ele urge e eu a urdir espinhos e flores.

Às mãos recatas: suavidade;
Aos dedos que os ponteiros adianta, causa alarde:
se retalham em dores.

Mas a vida, a vida
A vida é uma colcha de retalhos.
"Mas a vida, a vida
A vida só é possível se for reinventada".
...
E o relogio vai
Tic, Tac;
Nas mãos e dedos
o pique
Nos rostos o plaft;
Vid, Vá-te.
É tempo de viver.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Arqueiro míope


Só sei pensar em pensar
viajar pensamentos
momento por momento
uma vida sem fim, sem rumo, assim
até mesmo sem prumo
E, pra não sucumbir a um só lado
inclino-me bruscamente ao outro, oposto
e aposto que, quando já nao estável estiver ao leste,
quedo me ao sul
sempre e já sem norte
Vagar, vaguear
Arquear-me
no assalto ninja do oeste sem fim
a grama nunca tão verde, o vermelho agreste
o vizinho que em verdade nao existe

Só o nada existe;
Só no nada se é.
Irrompendo, mesmo que tremendo,
Soblevando-se a cada momento
aquele que arde pelo conquistar, palmo a palmo,
o devir, o existir e sua novidade.
...
O mesmo lábio que suave
É ao coração alarde.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

De novo navegar às margens deste inter-Mar


ASSIMETRIA NATURAL

de Lucas Terranova para Wesley, a partir de uma foto sua.

ENTRE A POEIRA SUORENTA E
A SEDENTA VONTADE DE VIVER
PERCEBEMOS A CONECTIVA
FULIGEM FRIA DO CAOS,
A BUCÓLICA SERRA
DE CORAÇÕES DE METAL
OU CARNE...
TRANSITANDO EM NÓS,
EM BUSCA DE HARMONIA!

Wesley Leonel & Lucas Terranova (2°. Ano de Filosofia - FAJE).



Com este poema em parceria (o primeiro que assim componho), volto a postar neste lugar no fluido, pra furtar à nulidade. É trabalho obstetrício de Lucas (companheiro de faculdade), que o compôs, a partir de uma foto minha e comentário à mesma em meu orkut. Participei sugerindo à composição algumas palavras, métrica, acentos, pausas... coisas de wesleyar... Ao que findou com a cara dos dois, no título sempre tão mais difícil de dar. Enfim, está ai. Que, entao, caminhe - que é pra caminhar. Este poema constará na revista virtual editada e organizada pelo colega Lucas: Infinitas Letras # 2, a sair logo logo... em primeiro de novembro. Quem quiser conferir pode acessar: http://www.infinitasletras-revistavirtual.blogspot.com/ , requisitar o valioso arquivo por email ou entrar no blog dele mesmo, através dos meus favoritos.


Bom voltar
À bo'aventura de navegar
a virtualidade crua deste mar.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Edgard Varèse II


Aí segue a segunda parte da obra completa de Varèse.

Este álbum é maior do que o primeiro. Tem mais músicas e talz...


Ah..., enfim. Baixem ai. To com preguiça de escrever.... =)