sexta-feira, 12 de dezembro de 2008


Quero viajar a lembrança daqueles que,

por motivos outros tantos,

não puderam estar aqui.

A importância

de seus atos se expressa,

entretanto,

nos gestos deste ciclo que agora finda.

Desta vitória somos a orquestra.

E, bela ou não a nossa música, ela agora é nossa.

Quase sempre breve nosso som, mas nunca a luta.

Obrigado pela força, inestimável,

à todos aqueles que tornaram este momento possível.


Queria que todos pudessem estar aqui

pessoalmente

Mas mesmo em pensamento os esqueço quase todos

de tantos são.

Os fatos e mesmo por estar aqui,

isso tudo não me deixa mentir ou esquecer

o peso das mãos de todos pro final de mais uma obra.

Pelo caminho, perdaram-se muitos instrumentistas

outras tantas imagens belas de cancoes

ou madrigais nossas mesmas se esvairam

ao som estrondoso e assustador deste palco do mundo

Ainda assim insistimos

com ímpeto meio torpo, às vezes quase desistente, ou heróico,

imprimir uma cadência

no caos...,

nos sentimentos mais profundos e confusos

nos mais sublimes e belos.

Talvez seja melhor aposta a do metrônomo,

em detrimento do relógio.

Pois bem, com ela fazemos a escolha

mais comum e plenamente humana

pela beleza, pela coragem,

pela transparência,

por nós e por você

A escolha de se dar ao luxo e glória

de escolher - mesmo que por entre tantas peripécias -

um valor que norteie a vida.

Mesmo que este valor valha pouco

ao olhos gananciosos dos bolsos da praça.

Escolher o amor por si mesmo, o que mais te felicitas

e não o que mais lhe felicitam a escolher.

Escolher o amor - leve e trabalhoso;

calmo e gratuito;

compensador e aventureiro;

teimoso e transfigurador.

Escolher tudo

e voçê.

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