quarta-feira, 20 de maio de 2009

Poème Electronique


Hoje iniciarei a série musical deste blog - para o delírio da nação (rs). Já que o que até agora publiquei foram poemas (roubados ou meus), então lançarei mão da obra completa do tão aclamado compositor franco-americano (ou francês naturalizado estadunidense) Edgard Varèse.




Vou me livrar de escrever qualquer coisa sobre o cara. Tem muita coisa boa por ai. Inclusive pode-se entrar no Wikipédia e dar uma olhada. Enfim, hoje em dia há inúmeras fontes mais ou menos boas de informação. E aqueles que tem um "faro" de pesquisador relativamente atento, terão bons resultados.




Não foi muito difícil encontrar as obras completas de Varèse na internet. Este mundo virtual facilita bastante a vida de seus concidadãos (rs). É claro que existem nele preceitos que desaprovam algumas atitudes de seus transeuntes. A isso chamam pirataria. Mas, poderíamos perguntar, que diabos afinal pretendem com isso? Pois que o mar é de quem navega, e as caravelas que ali se encontrar hão de, naturalmente, em combate entrar. E seus tesouros, seus bens, já não são somente seus, mas transitam pra lá e pra cá - bailando com a maré. Talvez fique mais claro (inclusive do que se trata a questão, enquanto "legislativa") se colocarmos, inspirados em Marx, que, antes de mais nada, a produção cultural é um bem comum. E agora uma minoria pretende, cooptando alguns intelectuais, lucrar com a contemplação e fruição de outros. Daí, e se os verdadeiros ladrões não fossem os que nos cobram 30 $ num cd com 9 faixas (ou R$2.000 num instrumento basicasso) ?!? É claro que muitos de nós já pensamos nisso, até mesmo intuitivamente; mas quase nunca nos demos conta da profundidade do problema.




Nossa! Que digressão foi essa. Acabei falando mais que queria. Não é, entretanto, totalmente sem propósito. Afinal, é a primeira publicação em que tomo emprestado de outrem, não um poema, mas uma obra musical. Aliás, este link que segue é do album #1. O segundo postarei em breve.




Por fim, como verão na biografia de Varèse, de seu trabalho nos chegaram apenas algumas obras (doze). Isso facilitou a trabalho de muitas naus (rs). Inclusive desta aqui, que vagará por aí com esta magnífica obra. Quem disse que "cada música dele (Varèse) é uma revolução na música", não estava exagerando muito. De fato, Edgard Varèse figura ao lado de eminentes e geniais figuras da música contemporânea, como Arnold Schoenberg. Ouvindo ao trabalho, perceberão a brutal diferença sintática - e, porque não, semântica também (já que o dodecafonismo, o serialismo, música eletro-acústica, etc estão presentes como "estratégia discursivo-musical").




Quanto à "pragmática", ao sentimento que acompanha a audição, o meu foi de estranhamento feliz. De como algo tão novo e díspare pode, ainda, conter um caminho ("discursviidade") poiético-musical inteligível - mesmo que não facilmente assimilável.




Ouçam e experimentem. Boa viagem.




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